CUIDADO INTEGRAL DE ENFERMAGEM EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: APLICAÇÃO DA TEORIA DE ROY
DOI:
https://doi.org/10.65060/recinter21.v2i2.41Palavras-chave:
Transtorno do Espectro Autista. Autonomia. Cuidados de enfermagem.Resumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que compromete a comunicação, cognição e interação social. Este estudo teve como objetivo identificar adaptações nas práticas de enfermagem para um cuidado integral à criança com TEA, à luz da Teoria de Adaptação de Roy. A pesquisa foi realizada em duas etapas: uma revisão bibliográfica baseada em 11 artigos científicos da base SCIELO e uma investigação quanti-qualitativa com profissionais da enfermagem pediátrica local, por meio de questionário semiestruturado. Os resultados demonstraram que apenas 17,6% dos profissionais tiveram contato com o tema TEA durante a formação, e 88,2% nunca receberam capacitação específica. Ainda assim, a maioria reconhece a importância do atendimento multiprofissional e adota abordagens como paciência, confiança, atenção e respeito aos limites da criança. As formas de triagem e coleta de exames priorizam o acolhimento, o uso de estratégias lúdicas e o envolvimento dos responsáveis. Contudo, 41,66% dos entrevistados não souberam diferenciar uma crise autista de uma birra. As maiores dificuldades relatadas foram falta de conhecimento e manejo de crises. A discussão evidencia que a ausência de formação técnica limita a efetividade do cuidado, exigindo capacitação contínua, ambientes adaptados e protocolos específicos. A participação da família e o respeito à individualidade da criança são essenciais. Conclui-se que o atendimento à criança com TEA deve ser sensível, humanizado e personalizado, sendo necessário investir em formação profissional e políticas institucionais que garantam qualidade, inclusão e segurança no cuidado.
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